Doçuras, arte e compras em Paris

Em uma cidade famosa por seus chocolates artesanais e macarons, Henri Le Roux se destaca por fazer caramelos. O mestre caramélier bretão é famoso por seu delicioso caramel au beurre salé, mas não deixe de provar também o sabor chá verde. E Le Roux ainda faz chocolates. Não por acaso está sempre cheia sua pequena loja em uma ruazinha perto da igreja de Saint-Germain-des-Près, a primeira das três de Paris.

Chocolates Alain Ducasse loja Saint-Germain-des-Près
Chocolates de Alain Ducasse em sua loja de Saint-Germain-des-Près

Na outra margem do Rio Sena, há três anos, o premiado chef Alain Ducasse abriu sua fantástica fábrica de chocolate. A primeira loja da Manufacture de Chocolat fica na Rue de la Roquette, a uma curta caminhada da Place de la Bastille. Os chocolates de Ducasse também estão à venda na segunda chocolateria do chef, na Rue Saint-Benoît, em Saint-Germain-des-Près, vizinha ao Café de Flore, e na Rue du Marché Saint-Honoré, perto da Place Vendôme. Na loja da Bastille, ao lado da fábrica, paredes envidraçadas deixam entrever o processo de produção.

Um dos grandes magos atuais do chocolate, Jacques Génin, ex-chef da Maison du Chocolat, trabalha apenas com cacau das melhores procedências, combinados como ganaches naturais ou aromatizados a partir de plantas ou especiarias. Nougats e, sobretudo, os pralinés revelam a magia de Génin em sua bela loja na Rue de Turenne, no Haute-Marais.

Macarons de Pierre Hermé em um das suas lojas de Paris

Mas se o seu vício é macaron, procure os sabores inusitados criados por Pierre Hermé, egresso da Ladurée, com lojas por toda cidade, inclusive na Rue Bonaparte, perto da Igreja de Saint-Sulpice, onde Hermé tem também um café. Você vai ficar em dúvida entre qual sabor provar: além dos clássicos chocolate, café, framboesa e baunilha, há misturas como caramelo duplo salé, framboesa e rosas, e sabores inusitados como manjericão, limão e azeite, que mudam de acordo com as estações do ano.

Três bons restaurantes em Paris

Le Comptoir, restaurante do chef Yves Camdebord em St-Germain
Le Comptoir, restaurante do chef Yves Camdebord em St-Germain

A onda bistronomique continua a toda no Le Comptoir, bistrô com uma seleção de pratos deliciosos criados pelo chef Yves Camdeborde em St-Germain-des-Prés,  que valem cada garfada. Melhor reservar já! Ou chegar à tarde. Le Comptoir não fecha entre o almoço e o jantar, e dá para conseguir uma mesa em horários intermediários.

Perto do Le Comptoir, também em St.-Germain-des-Prés, na Rue des Grands Augustins, fica o Ze Kitchen Galerie, restaurante do chef William Ledeuil, que faz cozinha francesa com tempero asiático. No livro “Amo Paris – Minha Paris de sabor em 200 endereços” (editora Senac São Paulo), do chef Alain Ducasse, Ledeuil fala sobre a sua culinária: “Troco aspirações, humores, paixões, descobertas, viagens com produtores e artistas. Sou muito curioso. Daí a culinária que faço hoje ser, afinal, uma reinterpretação dos clássicos franceses, mas aberta às influências estrangeiras”. Ledeuil também assina o menu do mais informal KGB (Kitchen Galerie Bis), nas mesma rua do restaurante principal.

Clamato, restaurante do chef Bertrand Gébraut na Rue de Charonne
Clamato, restaurante do chef Bertrand Gébraut na Rue de Charonne

Na outra margem do Sena, na Rue de Charonne, outro chef com uma estrela Michelin, como Ledeuil, também abriu sua segunda casa. Bertrand Gébraut, do aclamado Septime, um pequeno e concorrido bistrô, comanda ainda o delicioso Clamato, na porta ao lado. Destaque para os pratos com peixes e frutos do mar.

Arquitetura e arte

Dois arquitetos dão o tom dos edifícios culturais erguidos na cidade recentemente: Frank Gehry e Jean Nouvel assinam projetos que são espetáculos em si, além de abrigarem arte e cultura. O Bois de Boulogne ganhou um museu para chamar de seu com a abertura da Fundação Louis Vuitton no final de 2014, em uma área de 11.700 metros quadrados. Ali, Frank Gehry projetou uma escultura de vidro que lembra gigantescas velas transparentes, abrigando o acervo permanente de arte contemporânea de Bernard Arnault (LVMH), bem como exposições temporárias. O bonito Jardin d’Acclimatation, onde fica o prédio da FLV, convida a estender p passeio. Vale ainda reservar tempo para experimentar o bom restaurante Le Frank, do chef Jean-Louis Nomicos. Fica logo na entrada, com muita luz natural e vista para os jardins.

A sede da Filarmônica de Paris, um projeto de ares futuristas que lembra uma nave espacial, foi concebida pelo francês Jean Nouvel e inaugurada em janeiro de 2015. O edifício paira sobre o Parc de la Villette, no leste da cidade. Uma série de placas inclinadas leva os visitantes em ziguezague até o topo, de onde se tem vistas panorâmicas do parque. As instalações (23 mil metros quadrados e seis andares) almejam a perfeição tecnológica, com destaque para a grande sala de concertos. 

Escapada para compras

Uma luminária de mesa da designer italiana Gae Aulenti, de 1969, ou um par de vasos em mármore da Argélia do século XIX? Ambos são encontrados no charmoso mercado Paul Bert Serpette, especializado em antiguidades e objetos de design. Quem assistiu ao filme “Meia-noite em Paris” (2011), de Woody Allen,  talvez se lembre da cena em que o personagem Gil (Owen Wilson) vai a um mercado de pulgas na periferia de Paris em busca de um disco de Cole Porter. É o Paul Bert, onde estão os tesouros vintages do Marchè aux Puces de Saint-Ouen, no norte da cidade, em Porte de Clignancourt.

Além de antiguidades e objetos de design incríveis, o Paul Bert, considerado um dos maiores e melhores mercados de todo o mundo, tem ainda um bom restaurante. Projetado por Philippe Starck, Ma Cocotte abriu em 2012. Nos fins de semana lota na hora da brunch. Mas quem chegar mais para o meio da tarde não terá dificuldade em conseguir mesa na varanda com cadeiras coloridas ou no interior com um bonito piso de ladrilhos hidráulicos e cozinha aberta. Ma Cocotte é descrito pelo Guia Michelin como “uma cantina chique”, perfeita para comer hachis parmentier e tarter tatin.

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Versão modificada e atualizada de texto para a QTravel Experiences. A edição digital da revista pode ser lida clicando aqui. Paris está nas páginas 98-104.

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